Bem, tenho tentado escrever... não sei se ando muito confusa, se ainda não é a hora... depende do que penso no momento...
Acho que depois de uma experiência de 13 dias tão marcante (que, querendo ou não, sempre é_ e ainda foi longa), poucas palavras representam o que realmente penso ou sinto. Até porque muita coisa (MESMO) aconteceu naquele hospital.
Talvez o mais importante tenha sido a consolidação daquilo que tinha sido o meu último post... uma nova consciência própria que fazia tempo que não atuava tão bem. Mas é lógico que hoje vou falar do que mais me abalou (intimamente, não das coisas que vi, ouvi ou sofri), afinal, sou ou não sou uma novela mexicana? Conforme o meu médico, sim, e ainda hipocondríaca!
Deparo-me, então, com aquilo que tanto relutei para não ver e agora foi esfregado na minha cara: o quão desnecessária eu sou. Tá, mas isso era óbvio já há muito tempo... o problema está em quem faz juras do oposto, mas que quando se realmente precisa, não está ali.
Sabe? A minha idéia era de não avisar ninguém que eu estava internada. Quem me ligasse, saberia. Só fiz questão de avisar uma pessoa, que foi o único ser que me agüentou o tempo todo enquanto eu tava num péssimo humor, chorando por nada, e ele ainda dormia aqui... Como sei que ele tem o tempo restrito e que ele se preocupa muito comigo, foi o único a quem não apliquei (inicialmente) minha decisão. Minha mãe logo falharia com isso, o que foi bom para mostrar as verdades que tanto ignorava.
Voltando, talvez a culpada seja eu mesma; porque eu encarei a forma como eu fui encarada como se eu fosse uma piada, e talvez muita gente achasse que fosse uma piada. Possivelmente, todo mundo achava que eu tava me fazendo! Afinal, putz, é uma pseudo doença, pseudo sintomática, os sintomas mudam todos os dias e eu não desenvolvi nenhum deles até o fim (por sorte total!), mas não sei. Acho que por estar no hospital gostaria de ter recebido mais apoio de pessoas que me amam.
Calma, não tô falando de todo mundo! Pô, meus visitantes foram maravilhosos!!! O Alan "descendo escada" quando eu não podia me mexer, o Dani com os jogos para os "entre vômitos", a Guga e a mãe com os tricôs, o Bruno e os testes na cama para o In Metro (Ah, a cama ficou estralando um tempão depois!!!), a Malu desesperada para ver minha punção, cumadres e cumpadres da família e, é claro, a super Grazi, que desceu de Caxias p/ garantir que eu tava mesmo morrendo... hahahaha!
Falo daquelas pessoas que sempre se disseram ombros amigos, amigos de fé e irmãos camaradas, e pra quem eu garanto que fui, e num momento em que realmente essas pessoas foram necessárias, elas sumiram! Entendo quem tem medo de hospital, mas tinha telefone do lado da minha cama! Quando eu não podia me mexer, eu até preferia!!!
Pô, e por telefone aquelas pessoas que eu nem sabia se iam com a minha cara me ligaram pra me animar, ja que eu estava sozinha no hospital. Gente, é disso que falo! Talvez (até) isso seja solidariedade!!! Na verdade, é egoísmo e megalomania, mas a gente apela para os outros!
Porque eu não vou dar nome aos bois. Mas teve dois meninos em específico que me magoaram muito, simplesmente pela minha saúde ser tão desinteressante.
Então é isso que aconteceu!
Eu morri!
Para essas pessoas, eu morri!
Pode parecer drama, até porque eu sou dramática, mas que se exploda! Acredito que, se minha saúde vale, nem que seja, telefonemas ou (até) cartas de pessoas que conheço pouco, pessoas que freqüentam a minha casa deveriam considerá-la um pouco também. Mas tanto faz: to bem, to feliz e isso ninguém me tira!
Ah! Aos que estavam fazendo corrente positiva paralela, o Crô ta comendo e ta melhorando visivelmente e miraculosamente!!!
PS: Desculpem o desabafo. Precisava tirar essa ira de dentro de mim. Talvez eu devesse dar nome aos bois... Talvez outro dia...